Do livro Vintém de Cobre

Do livro Vintém de Cobre
Texto de Cora Coralina

segunda-feira, 30 de julho de 2012

CAFÉ DA MANHÃ

Preparei o café da manhã para a família. Três pães recheados de queijo mussarela, peito de perú, fatia bem fininha de tomate, folhas picadinhas de almeirão, salsinha e maionese. Levei ao grill por cinco minutos, e coloquei-o à mesa.  Da Vinci bebeu o leite com chocolate morno, comeu, conversou com Ânima sobre documentos que o agrimensor da Cidade das Frutas está pedindo. Xerox dos meus documentos para atualizar pendências sobre o meio ambiente das glebas rurais em Minas Gerais. Também trocou uma idéia com Olivier sobre sua viagem para Ribeirão Preto neste final de semana. Saiu para o consultório para dar sequência à sua vida de médico. E Luke, compareceu mais tarde almoçando frango xadres com arroz, pois retorna de seu escritório lá pela cinco da tarde. Assim a casa ficou vazia outra vez, e eu pude voltar para o computador.

PELUDO FICOU DE CASTIGO

Hoje levantei no horário habitual, dei a ração dos cachorrinhos. Ânima deixou o Peludinho comigo, pedindo-me para não deixá-lo voltar ao seu quarto. Ele tem o hábito de ficar encostado na porto de seu quarto. Quando se coça bate na porta, fazendo barulho. Bom, por quatro vezes peguei-o, colocando no edredon que coloquei nos meus pés, na sala do computador, onde estou digitando, para ficar junto de Kelly e Pancho. Desisti e levei-o para a lavanderia. Ia deixá-lo nos edredons de Da Vinci, mas ele ainda estava lá, no seu quarto. Ânima Quando levantou, encontrou-o sozinho, em cima de uma toalha, ficou morrendo de dó: - Coitadinho! Libertou-o da prisão e ele voltou correndo para junto de nós. Foi à cozinha, lavou uma pera, e saiu comendo, indo para o estágio, na universidade onde estuda, na Cidade dos Campos. Suas férias estão terminando,retornando às aulas na semana que vem. Gosto de ver essa menina na ativa.

domingo, 29 de julho de 2012

MULHER APANHAVA DO MARIDO

Não foi desta vez que ganhei na Mega Sena. MAs valeu pelo passeio que fiz ao shoping, junto de Letícia. É diarista, que trabalha algumas vezes na semana.  É uma moça feliz, animada, alto astral, de bem com a vida.Não por acaso seu nome é Florbella.Tem trinta e dois anos e sustenta dois filhos adolescentes. Rompeu com seu marido pois este assediou sua filha aos doze anos. É uma das mulheres brasileiras que apanhava do seu parceiro. Semana passada ligou para o pai das crianças pedindo duzentos reais para ajudar a comprar roupas para os filhos, e que iria pedir pensão. Ele respondeu que se ela fizesse isto, viria de Goiás para matá-la. Lógico que ela desistiu, comentando que viver em paz e em segurança seria melhor. Na verdade ele não aceita que ela não volte para ele. Ouviu dela , que nem se ele fosse o último homem da terra, voltaria a viver com ele. Esta moça serve de exemplo para mim pela coragem em assumir o comando da própria nave. Não deixa ninguém pilotando seu avião.
Bom domingo!

domingo, 22 de julho de 2012

VIVER É RECICLAR-SE SEMPRE

Neste momento estou na sala escura digitando, com os cachorrinhos no sofá ao lado, enquanto Da Vinci repassa as músicas no violão. Com certeza está treinando seu repertório musical para os encontros com o pessoal da academia, ou  clube de futebol. Ele é um homem da terceira idade que soube construir uma velhice saudável, com atividades variadas. Embora tenha trabalhado muito como médico, correndo entre Santa Casa e consultório, leu jornal a vida toda, prestando atenção no movimento político da cidade e do país. 
Faz alguns meses estive no consultório médico de um neurologista, cientista numa das maiores universidades do país, e estudioso da ciencia espírita, comentou comigo, que embora fosse muito dedicado aos seus pacientes, não o fazia somente por amor ao próximo, mas também por não ter aprendido outra atividade que lhe trouxesse prazer. Eu percebia mesmo um certo cansaço nele e na esposa que estava sempre a seu lado, vigiando o marido. Ele é cirurgião e ela instrumentadora. Ambos estão próximos dos oitenta anos.Acho que dever ser difícil a tarefa de uma esposa de médico que concentra sua vida a cercar os passos do marido.
Eu não consegui vigiar tanto, cuidei de viver a vida da minha maneira, fazendo faculdades, cursos de auto conhecimento, terapias, viajando e conhecendo pessoas. Tentei desvencilhar-me de crenças impostas pela cultura vigente, de meus pais e avós, que me cerceavam procurando conceitos e valores mais atuais, compatíveis com a sociedade atual. Não posso dizer que acertei, mas fiz escolhas das quais sou responsável. Está tudo bem.