Do livro Vintém de Cobre

Do livro Vintém de Cobre
Texto de Cora Coralina

sábado, 29 de setembro de 2012

ATHENA VEIO EM CASA PARA DORMIR

 
Ela chega sempre aos finais de semana, dizendo que veio para dormir, pois   ao lado da Avenida Paulista é impossível ter um sono reparador. Antes tinha uma cama só para ela, no seu quarto em casa, mas uma vez que foi a dinâmica da casa mudou. Ãnima pegou o quarto para si. Comprou uma cama de casal como é costume hoje em dia, tanto as crianças quanto as moças estão fazendo isso, não tendo mais espaço para duas camas. Talvez o quarto fique mais bonito, ou porque é moda, ou porque cabe o cachorro junto, não sei porque fez isso. Falo dos cachorrinhos, não do homem que pode ser algumas vezes um cachorrão. Na  minha família não é hábito trazer seus pares para dentro de casa, a não ser quem namora a sete anos, como é o caso de Olivier, que já considero casado. Outros já namoraram, já trouxeram suas namoradas e namorados, mas "ficantes" não têm espaço por aqui.
O fato é que Athena trabalha muito, e aos finais de semna gosta de refazer as energias conosco. O ambiente familiar é acolhedor, lava-se as roupas sujas que foram usadas durante a semana, prepara-se uma canja de galinha ou com caldo de carne, sempre algo carinhoso para torná-la mais feliz.
Hoje já viajou para uma cidade do sul de Minas para assistir um casamento que acontecerá dentro do ritual do Santo Daime. As cerimônias pelo que vejo das fotografias são  acompanhadas de muitos hinos e flores. Os participantes estão sempre vestidos de branco. No início ela lutou muito para que eu participasse deste grupo, mas percebeu que  já tenho a minha fé, assim como os irmãos. Com a experiência da própria congregação entendeu que sua religião é para pessoas equilibradas, e está lá porque assim deve ser. Gosto da escolha dela pois é feliz neste grupo, para mim isso é tudo.
Hoje levantou cedinho e saiu feliz com o compromisso, regressará  bem tarde da noite.
Ela sempre foi assim, livre, independente e decidida na vida.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A CIDADE NOVA E A CIDADE VELHA

Precisei ir centro pagar o ITR, o imposto sobre a terra e fazer o depósito para a contadora. Estava sem carro, indo para o ponto de ônibus. A temperatura hoje acusava onze graus, ficando agradável andar pelas ruas. Quando caminho fico saudosa dos tempos de quando cheguei por aqui. Esta região era tão diferente do Triângulo  Mineiro em termos de pessoas, o fenótipo europeu que predomina por aqui, a tez clara , cabelos louros e olhos verdes e azuis, a paisagem e clima, tudo me encantou quando vim para uma região tão especial. Não diria da arquitetura ser diferente do resto do país, que está espalhada pelo Brasil todo, com excessão do sul, onde predomina o estili alemão. Os casarões portugueses se erguem de norte a sul do país. Nós brasileiros não cultivamos a história, deixamos tudo morrer. Por aqui não é diferente.
Tudo está muito colorido, parecendo circo. Antes um ar bucólico, predominava o espaço,lembrava-me de regiões que conhecia em livros, como Sulfok na Inglaterra. Assim eu imagina, que havia encontrado Sufok de Sumerhill em Láquilla. Consegui aproximar um pouco dos tempos passados, falo de trinta e seis anos atrás, quando as charretes disputavam espaço com os carros. O galo cantava nos quintais, e a vaca mugia de madrugada, antes de se tirar o leite. De onde estive era possível ouvi-los.
 
 

Depois o comércio transferiu para diversos bairros, descentralizando
 

Hoje é bom que seja assim, pois oferece mais opção para o pedestre.




Continuei a caminhada Descendo um pouco mais, chegando ao ponto de ônibus. Fazia um bom tempo desejava fotografar a estação e casinhas, mas ou estava doente, ou o sol era muito forte, ou não tinha máquina. Hoje tudo colaborou, e podendo me aproximar até a estação, que quase não tem mais trem. Não há  mais passageiros, ninguém precisa dos trens, pois todas as famílias, fazem o possível e o impossível para ter seu carro. Eu tive a felicidade de pegar a Litorina em 1976, quando ainda fazia no mínimo três paradas ao dia. Eu fazia faculdade na cidade do Barão do Café.
 
 

 

 
Antigamente os trens de carga nem imaginavam que um dia ficariam encostados sem utilidade nas estações do Brasil. Pois se até as Marias Fumaças que trabalhavam nas Floresta Amazônica estão sendo restauradas, porque nós que temos todas as condições para fazê-lo, não fazemos comcuidamos destes vagões que estão esperando por reparos podendo ser reutilizados para eventos culturais para crianças e adolescentes?  A Escola Integração fica ao lado da estação. A própria escola foi construída usurpando um espaço  antes dos ferroviários, das casas destinadas aos funcionários da FEPASA.

 



  
Passei pelas casas da FEPASA , algumas já reformadas embora carinhosamente cuidadas pelos moradores, não estão sendo preservadas como patrimônio histórico da cidade. Um dia nós teremos apagado nosso passado da memória, e as gerações futuras nem saberão das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes que aqui chegaram fundando uma cultura diferente, trazendo a uva para nosso cenário econômico, porque não sobrará nem mesmo uma parreira nos quintais.
 
 
 
 
 
 
 
 
Espero que algum dia antes que tudo isso se desfaça, um jovem político se interesse por esta paisagem linda! Porque os velhos, ah! Estes não tem mais jeito. Nem os velhos que estão chegando no cenário da política. Manutenção não é a praia deles!

domingo, 23 de setembro de 2012

O ENTRECRUZAMENTO DAS ARTES



Cachoeira de garrafas pet na Expoflora
Assistindo o Globo Reporter da última sexta feira vi no Parque Nacional da Serra da Bodoquena em Mato Grosso do Sul, onde fica a cidade de Bonito  belas cachoeiras, corredeiras e o Rio Formoso preservado com muito carinho pelos habitantes locais. Lembro-me das Piraputangas que nadavam em meio à gente, os dourados e cascudos, quando estive em Bonito. Na mesma hora me veio uma bonita frase em mente: "Terra, um lugar não só da gente", pensei e lembrei-me de José Loureiro que dizia neste poema que se o peixe, o lobo, as aves pudessem falar diriam que estamos contaminando o seu lar, matando-os lentamente. Percebi  o Jornalista e o Poeta, fazendo uma releitura do mundo de modo diferente. O reporter traz a concretude das imagens denunciando o problema, mas o poeta representa com palavras  refletindo a mesma realidade captando o "sentimento do mundo" em forma de poesia. Assim "os poetas lêem a natureza, a cidade, os homens, os objetos e as coisas  que ocupam os espaços, a história e a memória social", como disse certa vez em sala de aula a Doutora em Literatura Portuguesa e professora na Universidade de São Paulo, Marlise Vaz Bride. Ainda faz mais, ele preconiza uma futura realidade quando diz que "as plantas irão morrer". Se as plantas irão morrer é o mesmo que dizer "Adeus Vida" na terra, reino de onde sai nosso alimento, incluindo a carne, pois a principal fonte de alimento do gado é o capim.
Hoje é o último dia da Expoflora na Cidade das Flores, como é conhecida Holambra. Também lá percebi o entrecruzamento entre as diversas formas de arte, pois considero o Globo Reporter um  programa de Jornalismo Artístico, assim como a poesia e a e Exposição que visitei no último sábado. Em todas as expressões artísticas a preocupação com o meio ambiente é vigente, mas o poeta capta  o "sentimento do mundo", e nos provoca porque até mesmo o pássaro diz lá do alto "Receio em terra descer". Como pode um pássaro olhando para a terra perceber que o nosso chão significa perigo para ele?
Guadalupe Vivekananda uma bióloga pesquisadora chefe substituta do Parque, mostrou-nos no programa da Globo uma plantinha nascendo em meio aos likens, entre a praia e o mar,  no Parque Nacional do Superagui. Antes era um habitat comprometido, agora em recuperação precisa de três formas de vida em simbiose. Se alguma destas biovidas morrer, comprometerá as outras duas. Se as três não puderem viver, tão pouco os peixes continuarão naquele habitat. A plantinha que nasce em meio as três formas de vida, representa um termômetro da vida, no micro ecossistema o que significa a reconstrução da vida na água e continente.
Como na mitologia, a Arca de Noé tinha dois representantes de cada espécie  (lembrando que a Arca de Noé hoje está nos laboratórios onde se guardam os genes de cada espécimen animal);  como somos o resultado desta  viagem anacrônica do tempo, temos  por estímulo  continuarmos o trabalho de restauração deste mundo paradisíaco como já o tivemos um dia, como o é em algumas regiões deste país ainda. Cada um contribuindo com o que pode fazer de melhor.
Fui costurando o comentário da semana sobre a visita à exposição e a   reportagem da globo, com o poema que me serviu de linha, deixando com muito carinho  o inspirado habitat de José Loureiro que taduz tão bem o ritmo da sua poesia, ou melhor de seus poemas; se desejarem visitá-lo poderão lê-lo na íntegra.

"Prouvera ao homem repor,
à terra a sua harmonia,
lhe volvendo a verde cor,
para cessar-lhe a agonia"

 

"APRENDER ATÉ MORRER"

Tucanos ainda existem!
Estou muito aflita com o pedido de Clemilde. São treze anos trabalhando pra nós. Tenho que ligar para o contador pedindo para fazer a conta do que eles têm para receber, mas antes preciso entrar em contato com o advogado trabalhista que nos acessora nas questões empregatícias para não fazer nada errado. Não consegui ainda. Não tive energia para ligar para ele. Ainda não participei minha irmã. Com ela falaremos apenas quando estiver tudo resolvido, para evitar conturbação. Ela é muito amiga da funcionária, dá-lhe muitos presentes, mas quando fala em dinheiro muda um pouco a conversa, tem o agravante de ser explosiva mas  costuma ser justa e é boa gente. Tanto que temos sido sócias por tanto tempo. Ela estraga um pouco o relacionamento quando explode junto de nós e meus filhos presenciam algumas cenas que não têm ocorrido devido a distância da minha casa criada até mesmo para protegê-la da minha turma (alguns filhos) que é muito brava. Se Deus quiser tudo se resolverá com tranqüilidade. Sofro um pouco pela pouca experiência, pois do ano passado para cá tomei a frente de parte dos negócios. Começar com quase sessenta anos, requer coragem e atitude. Ém um aprendizado, como costuma dizer um amigo além mar "aprender até morrer". Isto é viver, e posso dizer que está sendo uma conquista pessoal importante. Sempre deixei tudo nas costas de meu marido. Achava que não tinha tempo, dava preferência para estudar a alma humana, fazer cursos, que podiam ser de graduação até de auto conhecimento. Mas cuidando dos negócios estou vendo que não é um bicho de sete cabeças. Vamos em frente com a vida!
 

domingo, 16 de setembro de 2012

REFLEXÃO SOBRE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO NA DÉCADA DE SETENTA

Nós pais que começamos tendo filhos na década de mil novecentos e setenta sofremos muito com a educação dos filhos. Eu tinha um modelo de avós autoritário, reforçado pela educação do colégio de freiras franciscanas no primário, Dominicanas no ginásio e do Sagrado Coração de Jesus, no colegial. É certo que as freiras como os pais também sofreram influências dos tempos novos que chegavam. Chegou o cinema para elas, e para os alunos. As competições esportivas entre colégios e cidades das quais fiz parte, propiciavam um contato maior com o mundo, tanto para nós como para elas. Outro fato importante, foi a aceitação de namoricos entre meninos da cidade com as internas, encontros que aconteciam pelos grupos esportivos. Já era possível amizades entre alunas e freiras, troca de confidências, e às vezes envolvimentos afetivos em sentido horizontal e vertical. Eu sempre tive muito medo delas e não conseguia ser amiga. Já muito mais tarde quando fazia vestibular, um caso amoroso entre uma estudante de odontologia e uma freira que moravam no pensionato conosco acirrou o clima na Rua Paraná na Cidade  do Barão. A filha de um coronel discutiu muito com a Irmã envolvida, sentindo-se aviltada com o comportamento de ambas que dormiam na sala, no sofá de porta feichada. Soube depois que a estadia era provisória e que estavam apenas  esperando encontrarem um  apartamento para se mudarem. Assim que alugaram sairam da casa sem deixar rastro. Lógico, depois de tantos debates!
Todos estes acontecimentos se deveu às mudanças de comportamentos e valores que se refletiam em todos os contextos familiares e sociais que se expandiam pela mídia televisa e cinematográfica. O mundo musical  inovava comportamentos, principalmente  o movimento sexo, drogas, e rock'n'roll. Ouvia e via imagens sobre os hippies divulgando  exemplos de comportamentos libertários, uso de entorpecentes, nudismo e o Rocky. Eu estava muito longe dos entorpecentes e da música deles, mas não da sexualidade. Senti-me  encorajada a entregar-me a  meu namorado sem constrangimento, ao dezoito anos. Eu morava longe de casa em pensionato, não havendo nenhum fiscal me impedindo, a não ser minha consciência e o meu ego.
Como era orfã de mãe, minha avó tinha uma grande preocupação conosco; a possibilidade de nós quatro engravidarmos, eu e minhas irmãs. Mas os conselhos não eram ditos de modo muito carinhoso, vinham como um anátema: - Vocês vão arrumar barriga! Veja bem, eu tinha onze anos nesta época, e não havia recebido nenhuma orientação sobre o modo de engravidar. Nesta época morria de medo de engravidar-me sentada no vaso sanitário, a ponto de ter pesadelos enquanto dormia. Meu coração ficava oprimido, eu sentia-me triste, não tendo com quem conversar. Sobre o aparecimento do seio, comentei com a vovó que tinha dois carocinhos no peito e desconfiava que fosse câncer. Fui levada a um médico da cidade,  pai de minha melhor amiga das férias. O Dr Garibalde com muito amor e carinho sentou-se a meu lado, segurando-me as mãos dizendo  que eu estava bem, que era natural o crescimento dos seios nas mocinhas. Senti a amizade deste homem que  naquele momento agiu como uma mãe amorosa.
Saí do consultório tranqüilizada, acompanhada de minha avó.
Sobre o primeiro sutiã, escrevi uma carta quando estudava no Arraial da Farinha Podre interna, no colégio das irmãs Dominicanas. A carta era assim:
"Querida vovó, já estou bem desenvolvida. Meus seios desenvolveram muito rápido depois daquela consulta. Acho que não cresciam de medo, mas depois que o Dr Garibalde autorizou, não param mais de crescer. A senhora pede a meu pai que envie, duzentos e cinquenta cruzeiros por carta, para que possa ir à Rua do Comércio com a Irmã Floripes comprar dois suatiãs para mim. Eles são cor de rosa e floridos. Lindos! um pouco mais caro que os brancos. Já estou ficando com vergonha de minhas amigas. Todas já usam sutiã. Muito Obrigada, um abraço da neta que lhe ama".
Foram muitas torturas por conta da minha ignorância juvenil, falta de pai e mãe ou um adulto que cumprisse a função de conselheiro suprindo as minhas inseguranças. Criei o hábito de tirar dúvidas em livros de orientação educacional e sexual encontrados nas estantes da biblioteca do colégio. Descobri os livros de literatura que apreciava muito dando preferência a José de Alencar cujos textos faziam aflorar os meus secretos desejos juvenis. Desse modo a minha educação se fez de modo silencioso e solitária.
 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

VIAGEM AO PASSADO: REFOTOGRAFANDO



Hoje tomei até um anti inflamatório para não ter dores na coluna, especificamente na T6, a vértebra achatada que tenho, devido ao Mielloma. Fiquei empolgada com a minha experiência de ontem em fotografar a novela Gabriela, com o meu celular. Fiz imagens lindíssimas, para sempre serão guardadas. Pensando no sucesso, comecei fotografando nossas lembranças, guardadas em álbuns  que quase nunca são mexidos. Vou organizar as fotos e distribuir para meus filhos. Algumas enviar para meus parentes. As minhas sobrinhas estão lindas, quando nos encontrávamos em Bela Floresta, a cidade da minha infância, que meu pai River manteve morada. Lá nos encontrávamos, em alguns natais que Maria Bonita, minha irmã caçula por parte de pai e mãe, organizava. Ela sempre foi a festeira das irmãs. Nessa fase as crianças não passavam dos dez anos.
Ficar debruçada sobre o passado virando e revirando caixas e álbuns forçou um pouco minhas costas, que agora à noite já está melhor.
Quando Ânima voltou da faculdade, lá pelas dezesseis horas, chamou-me para para irmos até uma agência de viagem programar o seu passeio no Natal junto de uma amiga. Vão viajar de navio. E eu que desejava ir para Gramado no final do ano, quem sabe antecipe para este mês, pois sairia  bem mais barato. Assim conheço aquele mundo encantado logo.  
Hoje vou parando por aqui. Concertaram a energia  elétrica que alguns galhos de árvore, interromperam com um curto circuito. Hoje a mão de obra técnica está escassa, levou três dia para o eletricista comparecer em casa. Felizmente, os aparelhos eletrônicos não estragaram.
Vou então para o Jornal Nacional, e assistir Avenida Brasil.
Boa Noite!

PARCEIRAS DE FACULDADE

Como Fomos Parar na Facul

Olho para minha frente, quem vejo? Nannai Nadinne, minha colega da faculdade.  Continuei escolhendo as frutas  e verduras, pois faço dieta com a nutricionista, e tenho um blog onde relato o dia a dia  da minha alimentação. A minha geladeira e dispensa estavam vazias, e tenho que fazer bonito para minha saúde, e a auto pressão em relatar no blog também conta. Graças a Deus, pois assim vou mais longe no regime, e quem sabe no tempo de vida.
Esperei Nadinne se aproximar, pois quando me visse teríamos um bom tempo de bate papo.
Um dia Nadinne apareceu em minha casa. A minha caçula estava cursando a segunda série, hoje o segundo ano fundamental. Eu tinha um plano secreto, de quando ela já tivesse sido alfabetizada, voltar a estudar, pois tinha interrompido a Faculdade de Serviço Social. Nadinne chegou do nada em casa, me viu debruçada sobre nossa mesa de jantar, com vários livros da Enciclopédia Barça aberto. Eu fazia anotações, pois estudava História Universal me preparando para o vestibular. Estava decidida fazer o curso de Letras. Ela peguntou-me, - O que significa essa "papelança" sobre a mesa?  -Estou me preparando para o vestibular de Letras. -Onde? - Não sei, nem onde nem quando, mas é certo que vou prestar. -Nossa, eu também  quero. Sei que na Cidade do Vinho encerra a inscrição depois de amanhã. Por que não prestamos nós duas, e fazemos o curso juntas? -Fechado. Então falarei com meu marido hoje e amanhã você me pega em casa depois duas horas, que até lá terei despachado as crianças para o colégio. -Ótimo. -Amanhã eu te pego. Conversamos sobre o meu filho que era aluno no colégio do Estado, colega de sala de sua sobrinha e nos despedimos.
Fizemos a inscrição, passamos e nos divertimos por quatro anos. Estudei muita literatura nesta época, me dedicando principalmente à Literatura Portuguesa e Brasileira. Tínhamos duas excelentes professoras. Ambas estão na USP dando aula atualmente.
Nos formamos. Eu dei aula por três anos em colégios do Estado. Ela que já era professora de História, tendo lecionado em colégios particulares e aindava dando aulas desta disciplina em uma Escola estadual Local, trocou pelas aulas de Português. Hoje quando nos encontramos é só alegria. É uma mulher inteligente, diferente de todo o resto do mundo. Já deve ter quase setenta e cinco anos, mas parece sempre jovem.
Nunca fazemos programa juntas. Nossos encontros são esbarradas aqui e acolá.
Comentei que estava freqüentando a lan House, ela achou o máximo. Comentei que a mais gostava era a da Praça da Matriz. - Ah é, mas por quê? - Porque às seis horas tem o Ângelus, durante o dia tem músicas de Campanha Política, tem Rocky, tem tudo o que você possa imaginar. Crianças, adolescentes e senhoritas. Geralmente eu sou a mais velha. - É por isso que gosto de você, redarguiu. Você faz coisas diferentes, vai aqui, vai lá conhecendo as coisas. Mas continuando sobre as Lan Houses, eu perguntei-lhe: -Você conhece o umbral dos espíritas: -Conheço. - Então, algumas vezes sinto estar no umbral. O ambiente escuro, começa com uma escada estreita, as pessoas de roupas escuras, a música gritante, dissonante para meus ouvidos, horrível. Este locais são sempre muito semelhantes, aqui ou em qualquer cidade. Às vezes saio com dor de cabeça, suador,você nem imagina. Ela continuou se divertindo com minha narrativa.
Não comentei sobre meu Blog. Aliás isto não comento com ninguém daqui nem de lugar nenhum. Quero Paz e anonimato.

domingo, 9 de setembro de 2012

ESCREVENDO UMA HISTÓRIA

Hoje escrevi a real história de Lenita. É uma fábula de uma menina que vive feliz na fazenda de seus pais. Um dia ela vai estudar no colégio, em outra cidade. Certo dia seu pai manda um motorista buscá-la, trazendo a menina de volta para casa, pois algo muito importante aconteceu na fazenda. Esse acontecimento mudará para sempre o destino daquela família. Essa história, está esperando pela ilustração digital. Logo será postada em algum blog.

APROVEITANDO O FERIADO PARA PASSEAR


Havia planejado que neste   sábado de feriado iria visitar a Expoflora. Troquei o celular por um melhor, que tirasse fotografias em alta resolução, para poder trazer para o blog. Conversei com a norinha, se ela e a mãe poderiam acompanhar-me neste passeio, como já fizemos certa vez. Não sendo possível, pedi para Florbella me acompanhar. Ela veio então a trabalho. Chegou cedo
colocando o café da manhã na mesa, hoje só para mim, pois Luke ainda não havia levantado, e Olivier, saiu sexta feira à noite para a casa da namorada. Da Vinci tinha ido para Minas Gerais com as filhas no aniversário da mãe. Depois disso, começamos a nos arrumar. Ela trouxe duas blusinhas nova de casa, perguntando-me se esta ou aquela ficaria melhor. Coincidentemente, também tinha um tigre dourado na frente.
 
Nos maquiamos cobrindo as manchinhas que temos no rosto para apresentarmos uma pele bem bonita nas fotos. Eu coloquei um brinco de pena, usei um colar indiano feito de marfim, com uma blusa ambar com cara de tigres, uma calça Jeans e um lenço na cabeça, que se confunde com meus cabelos brancos. Já tinha uma foto com ele, dando um toque de leveza. Consegui ficar moderna lembrando um pouco os anos setenta, mas situado na moda atual.
Saímos lá pelo meio dia e meia. As auto estradas estavam movimentadas, mas sem lentidão. Até que ao chegarmos em Holambra, o trânsito ficou, logicamente, bem mais lento, mas andava. Ao chegarmos no portal de Holambra, fui procurar o celular para a primeira foto, vi que estava descarregado. Fiz meia volta, deixando para outra ocasião o passeio.
Nós duas somos calmas e pacientes, podendo voltarmos sem problemas.
 
Aproveitamos o dia para irmos até a Cidade dos Ovos visitar Elaza que trabalha na minha casa como passadeira. Ela sempre morou na Vila Constelação, mas agora seu marido conseguiu realizar o sonho de ir para uma chácara. Ela, o marido, as filhas, o filho, nora, genros e mais alguns amigos, trabalhavam, terminando de passar a massinha no azulejo, e tantas coisa mais. É bonito encontrar uma família unida.
Dei um abraço nela, e no Réio seu marido.
Lá, tomamos um suco de limão dulcíssimo, e voltamos rapidinho.
Na volta passamos por dentro  da Cidade dos Ovos, caminha de uma ex funcionária minha. Como a sala dela fica praticamente na rua, ao estacionar o carro, ela saiu  na  na porta da sal. Dei-lhe um abraço saudoso e voltamos para a Cidade das Uvas.
Viajei muito pelas estradas da região hoje.
Estou me sentindo feliz!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

VISITA MATINAL: CACHORRINHOS

 
 
 
Hoje fui premiada com a visita de cachorrinhos pincher no meu quintal. Um pretinho pousou as patinhas na escadinha, e sem temer continuou me olhando. Convidei-o a entrar, aceitou o convite indo direto para a cumbuca de água que tenho na cozinha. Logo foi chegando o parceiro, na cor marrom. Beberam muita água vomitando logo em seguida na sala. Preferiram dar uma voltinha, cheiraram tudo, marcando e reconhecendo o espaço. Mais tarde peguei o meu celular tirando deles algumas fotos. Os meus se juntaram a eles. Apenas o Peludinho quiz estranhar, mas acabou consentindo com a visita.
Agora estou pensando em dar uma volta em Holambra. Estou aguardando apenas a viagem de Da Vinci e as meninas, Ãnima e Atena para o Triângulo Mineiro, que vão parabenizar Jurema minha sogra, nos seus, oitenta e cinco anos.