Estou falando das minhas vivências, como as sinto, alegrias, incertezas e solidão. O esforço para me manter viva e saudável.Da minha relação com as pessoas envolvidas, e com os animais que me cercam. Seja bem vindo.
O Instituto Baccarelli é uma associação civil sem fins lucrativos que educa através da arte, profissionalizando crianças proporcionando desenvolvimento pessoal.
Atualmente conta com 1200 crianças.
O Instituto está situado na zona Sul de São Paulo.
Um grupo de noventa crianças se apresentou na Igreja Matriz de Santana, representando, tocando e cantando em coral, sob a regência do maestro Edilson Venturelli.
No you tube poderá encontrar Natal Iluminado, Instituto Baccarelli (Cantatina de Natal)
O Mielloma Múltiplo é uma doença que consiste em três etapas de tratamento. A saber
remédios novos
Transplante autólogo de medula
Manutenção ( no meu caso sou medicada com Talidomida diariamente, e zometa uma vez por mês).
Essa doença apresenta anemia e alterações ósseas. Em dores lombares muitas vezes pode ser pedido um exame de eletroforese de proteínas seguido por uma biópsia de medula para diagnóstico precoce. É uma doença fácil de ser diagnosticada, mas avança muito porque os médicos não têm idéia de pedir estes exames. Uma em cada cem mil pessoas possue esta doença crônica.
Este câncer é o segundo mais frequente
estando atrás apenas do linfoma.
Um dos medicamentos mais promissores é a Lenalidomida, que a Anvisa brasileira por ser muito burocrática ainda não autorizou o uso no Brasil. Dizem que leva quase quatro anos para liberar um remédio. Desde que reiniciei o meu tratamento em 2011, já existia este remédio nos Estados Unidos, mas não pude fazer uso dele porque não está autorizado no Brasil. Fiquei então com o Bortezomide, apelidado de Val Keid, uma das três opções de tratamento. Cada vez que a doença volta, e sempre volta é preciso tentar um remédio novo. Transplante apesar de ter efeito positivo oferece melhores resultados em pessoas mais jovens.
Estou indo bem graças a Deus depois de alta em julho deste ano.
Um dos nossos três cachorrinhos, o mais velho com dezesseis anos vinha apresentando um cansaço e lentidão nos movimentos. Já tinha perdido a vivacidade, o interesse por caçar e as escapadinhas pelo quintal já não ocorriam mais. As patinhas trazeiras já andavam falhando, e incontinência urinária já ocorria por mais de um ano. Mas na última semana todos os sintomas se intensificaram. Todos os dias levava ao veterinário que medicava com soro e os medicamentos necessários. Perdeu o apetite, não comia mais em casa. Eu não tinha forças para alimentá-lo, abrir sua boca e empurrar o alimento. No último sábado andou um pouco na sala mesmo, e após tentar saltar para dentro de um bercinho baixo que fica na sala desmaiou. Saí correndo para o veterinário que o medicou. Na segunda feira apenas caminhou quatro metros para ficar um pouco mais pertinho de mim e voltou a desfalecer. Meu filho e eu corremos para o veterinário que cuidou dele novamente. Hoje após ser medicado na clínica se preparava para receber uma transfusão mas faleceu antes mesmo de receber o sangue. Hoje estamos todos tristes. Ele era o meu maior amigo, aquele que amava incondicionalmente.
Ele sempre teve uma preferência por mim, desde quando nasceu. Era filho de uma bassezinha que encontramos na rua e ficou em minha casa por nove meses, deu a cria e logo foi para outro lar. Eu sempre fui ocupada com muitas coisas na vida, mas este cachorrinho nunca desistiu de mim. Sempre me procurava com o olhar, ficando como um Lord, com as patinhas arrumadinhas de frente para mim em verdadeira adoração. Minha filha dizia que era meu devoto. Hoje fico pensando que nós somos como deuses para nossa criação. Eles nos veneram, pois nós o aconchegamos no frio, lhe damos água para abastecer da sede, levamos para passear algumas vezes ao dia, deixamos que se deitem ao nosso lado, e em casa ficam ao nosso redor durante a mesa na cozinha pedindo que os alimentem outra vez. Enfim cuidamos deles com muito amor e carinho.
O que aprendemos com eles?
Que amar enriquece a nossa alma, e amar incondicionalmente é verdadeiro quando amamos como os cachorrinhos. Mesmo que variamos no humor eles não mudam o amor que têm por nós. Continuam com a mesma fidelidade amorosa. Gostaria de ser como eles, amar sem rancor aqueles que me desprezam, que me ferem e receber com alegria a qualquer pessoa em minha vida.
As cordas do violão estão dançando na sala ao lado. Tem uma pessoa treinando a sua música, sugeri que tocasse no jantar uma música de abertura, dando espaço em seguida para o saxofone, tocado por um artista da cidade. Gosto da bagunça musical nos finais de semana, da mesa cheia de partituras, de vida.
O Fantástico também está passando no meu quarto mas estou presa com a movimentação da casa, os cachorros ao redor, aqui na salinha íntima e o desejo de escrever.
Agora estou me lembrando da matogrossense Helena Meirelles "A Dama da Viola" naquela música Guaxo que reproduz o som do vôo deste pássaro, muito comum no estado do Mato Grosso do Sul. Segundo o documentarista Mário de Araújo a música de Helena tem uma relação muito íntima com a natureza, é uma música meio cabocla e meio guarani dada sua origem familiar de índia, paraguaia duas vezes por parte de avós, mineira e paulista. Ela nunca foi a uma escola e pediu que lhe ensinassem a fazer a sua assinatura e é só o que escrevia. Ela encantava os boiadeiros do pantanal que choravam de alegria ou tristeza com sua música. Onde quer que tocasse aglomeravam pessoas para ouvi-la, assim aconteceu quando sua irmã a trouxe para São Paulo. Ocasião que seu sobrinho enviou para a Guitar Player (EUA) uma fita cassete com sua música para a revista que a premiou. Parece-me que ela tinha sessenta e cinco anos na ocasião. A revista Guitar Player em 1993 lhe concedeu um prêmio como uma das cem melhores instrumentistas de corda do mundo, por sua atuação nas violas de seis, oito, dez e doze cordas. O diretor Francisco de Paula em 1994 também fez um filme contando a sua extraordinária história de mulher do sertão muito simples, muito pobre que levou pelo menos sessenta e cinco anos para ser conhecida e reconhecida no Brasil e no mundo pelo seu enorme talento musical.
Esta senhora foi casada três vezes, porque sendo artista nata desde criancinha, impedida pelos pais de tocar o instrumento ameaçada de lhe cortarem os dedos se persistisse na idéia, além de apanhar muito do pai pois tocar violão era coisa de homem e corria o risco de homens se aproximarem dela com segundas intenções. Mas ela bravamente construía escondida as suas violas, afinava-as sozinha e sozinha tocava. Até que aos nove anos recebeu a visita de um tio violeiroque tocou para ela que olhava-o deslumbrada. Ele perguntou-lhe se gostaria de aprender, no que respondeu: - Eu sei tocar. Ele pediu-lhe que buscasse outro violão do irmão dela no quarto, dizendo que se não tocasse como dizia levaria uma "surra". Helena o trouxe, então quiz afinar o violão, mas ela agradeceu e sob os olhos estupefatos dele afinou o instrumento. E os dois tocaram juntos pela primeira vez, daí por diante a fama correu o Pantanal Matogrossense. O tiomaravilhado expandia "aos quatro ventos" o talento da sobrinha.
Mas precisou se casar muito novinha para sair de casa em busca de liberdade. Com tanta viola caipira o casamento não deu certo. Fez outra tentativa de casamento, ainda desta vez não foi para frente. Passou por sérias dificuldades, tendo que morar na zona (região onde vive mulheres que vendem o corpo) por uns tempos, mas trabalhava como músicista, sendo sempre muito respeitada, e ai daquele que não a respeitasse. Apanhava dela pois costuma dizer que era uma cobra. Imaginem uma moça criada para casar, com toda a tradição cabocla, passando por tudo isso. Teve muitos filhos, muitas vezes tendo que tirar da boca para alimentá-los. Foi considerada uma mulher muito brava, perigosa e boa de briga, mas cá entre nós, num mundo completamente masculino, tinha que ser assim para ser respeitada pelos próprios homens que eram seus parceiros na rodas de viola próxima ao Porto XV.
Trabalhou fez muitos partos, curando pessoas e animais com um dom divino chamado "benzedeira". Ela sempre estava acima das convenções e iluminava a todos com sua música divinal.
Deixou muitos filhos e desejava que as pessoas aprendessem a sua técnica e brincava porque quando morrese levaria consigo a sua música, mas ninguém aprendia. Admirava o dedilhar dos roqueiros apesar de não gostar de barulho e criticava o gosto musical da "boquinha da garrafa" quando veio para São Paulo. Helena Meirelles nasceu em Bataguassú na fronteira com o Paraguai, no dia treze de agosto de 1924 no Brasil e morreu no dia vinte e oito de novembro de 2005 em Campo Grande aos oitenta e um anos vítima de uma parada cárdio respiratória. O terceiro casamento durou quarenta e sete anos. Quando veio para a televisão, após receber o prêmio da Guitar Player, não tinha um único disco gravado. Seu sucesso e discos vieram depois disso. Esta é uma das heroínas da música de nosso país. Quando terminar e ouvir "Gauxo" poderá ouvi-la contando algumas façanhas vividas como observadora em alguns ambientes de "barra pesada" que trabalhava, segundo suas palavras. Vale a pena conhecer um pouco desta artista sertaneja. Helena foi cantora, compositora, violeira e instrumentista. O som que ela tira reporta à minha infância quando meu pai ligava o rádio de madrugada. Tanto que o meu sonho infantil era aprender a tocar harpa, pois eu confundia o som da viola caipira com harpa. Será que ele conheceu a Helena Meirelles, ele também era boiadeiro e viajava por aquele Mato Grosso todo!
Estas histórias sobre a artista estão em documentários da internet e CDs que ouço em minha casa. Temos muito que agradecer a Mario Araújo, Francisco de Paula e Dainara Toffoli que Também dirigiu um filme chamado "Dona Helena" em 2004.
No site pantanalrocky.com.br também tem uma entrevista muito interessante sobre Helena Meirelles, vale a pena conhecer um pouco mais sobre esta nobre senhora.
Em 2012, foi incluído na lista 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão (Categoria: Raízes Brasileiras) da revista Rolling Stone Brasil
Seu Nelson Fioreze é um senhor muito simpático, encanta pela alegria e atenção que dá a seus visitantes. A sua risada é inesquecível. Brincando disse que sugeriram que vendesse sua risadinha. Olha que eu compraria para ficar ouvindo-a. Os seus olhos tem um brilho e vivacidade impressionante. Naquele museu reencontrei muitos utensílios utilizados nas casas de meus tios e avós que há muito tempo não via.
Parabéns ao Seu Nelsom pelo carinho e dedicação com que cuida do espaço.
No dia dezoito de outubro comemora-se o dia do médico. Da Vinci dá o pontapé inicial a sua campanha para prefeito daqui quatro anos organizando um jantar que deveria ser realizado no dia dezoito de outubro, dia do médico, mas que será adiado para o fim do mês, aproveitando a ocasião para homenagear o Dr Zerelles, médico que veio para Láquilla, quem sabe quase cinquenta anos atrás. Hoje irei até a casa da Dona Safira sua esposa ver as fotografias que ela vai nos preparar para realizar a apresentação.
Ontem fui com uma mulher que está pleiteando a uma vaga na prefeitura, fazer orçamentos para escolhermos o local, o cardápio e preços. Como é difícil chegar a um consenso. Dizem que médicos gostam de pompas e circunstâncias e apoiadas nisso estávamos quase optando por um restaurante, sem dúvida o melhor. Quando ouvi dizer que um jantar poderia ficar em torno de noventa reais, reclamei que estava muito caro para os médicos, mas fui rebatida pelo gerente do restaurante e pela promonter que disse-me:
- mas médico ganha muito bem, eles cobram quinhentos reais uma consulta. Eu disse:
- este médico seu amigo cobra este preço, mas a grande maioria vive de convênios e labutam muito para ganhar o seu salário. Uma consulta do SUS vale dez reais para se receber seis meses depois, e os convênios em geral pagam cinquenta reais. As pessoas têm uma visão equivocada sobre o dinheiro dos médicos. A história registrou um mito sobre o poder aquisitivo dos médicos aqui no Brasil nas décadas anteriores ao anos sessenta, fazer a população entender isto não é fácil. A senhora quer convidar o médico amigo dela que acaba de chegar na cidade para enturmá-lo ao grupo dos profissionais locais, outra situação desnecessária pois é mais um concorrente, é bom para quem ser conhecido no local? Para ele é claro. Ao longo das décadas presenciei a chegada de muitos médicos, cuja presença causava um reboliço entre eles. Atualmente a entrada é livre e cada um ocupa seu espaço, pois a cidade de vinte mil habitantes nos anos setenta passou para oitenta mil atualmente. Gerava muita discussão quando cogitava-se em trazer mais um ginecologista para a cidade, ou pediatra, ou...ou.... Então estas lembranças vinham-me na memória apesar do visível contentamento dela em favorecer um amigo que não tem nada a ver com o grupo que já está aqui a décadas. Ela ficou irritada com a minha opinião sobre preços. No meio da conversa comentei que ligaria para Da Vinci pedindo-lhe sua opinião sobre o preço a ser cobrado pelo "melhor restaurante" que vimos. Falei que ele "tem pés no chão", depois fiquei até sem graça com o meu corte, sou peremptória mas é um fato. Na mesma hora ele deu seu parecer: No "Dom Ruam" com sessenta reais, teríamos comida e bebida à vontade. Assim nos despedimos e decido eu mesma organizar este evento. Hoje ainda irei alugar o espaço que já tem o buffet escolhendo cardápio, contratarei o fotógrafo, e tudo que for de direito. Até mais!