Estou falando das minhas vivências, como as sinto, alegrias, incertezas e solidão. O esforço para me manter viva e saudável.Da minha relação com as pessoas envolvidas, e com os animais que me cercam. Seja bem vindo.
Todos nós erramos na vida, os políticos erram também, o problema está quando começamos ameaçar a vida dos outros para continuarmos mantendo uma imagem que criamos, mas que não nos corresponde ao que de fato somos. Está aí o problema do mensalão que nos traz Marcos Valério quando abre a turbina da corrupção que pelo visto envolve o presidente da últimas décadas. Ontem na TV SENADO os senadores federais, principalmente do PT defediam arduamente o presidente Lula raiando ao desespero, apelando para a sua origem de pobre e nordestino e analfabeto. Como se os adversários políticos não o aceitassem por isso, desviando a atenção dos fatos que poderão rrevelados a olhos vistos. Diziam mesmo em "criador" (Lula) e criatura (Dilma), tese que remete à divindade. Os feitos do governo Lula merecem respeito, mas os "defeitos" merecem atenção, pois ninguém como disse um senador federal está acima da lei pela constituição de nosso país, e nem abaixo da lei como disse o mesmo senador em defesa de Marcos Valério, por ser considerado pela assembléia petista um criminoso que não merece ser ouvido, mesmo tendo provas entregues a justiça.
Que a verdade e a justiça prevaleça sempre, e nosso país um dia chegue a um status de igualdade liberdade e fraternidade. A revolução francesa ainda se faz presente no mundo. De lá para cá já evoluímos um pouco. Luiz VXI e Maria Antonieta foram julgados e condenados pela primeira vez na história da França, onde os soberanos estavam acima da lei. Dom Pedro II precisou ir embora do Brasil pela proclamação da Independência. Assim um dia todos nós brasileiros tomaremos posse do nosso país verdadeiramente e não apenas alguns.
O Instituto Baccarelli é uma associação civil sem fins lucrativos que educa através da arte, profissionalizando crianças proporcionando desenvolvimento pessoal.
Atualmente conta com 1200 crianças.
O Instituto está situado na zona Sul de São Paulo.
Um grupo de noventa crianças se apresentou na Igreja Matriz de Santana, representando, tocando e cantando em coral, sob a regência do maestro Edilson Venturelli.
No you tube poderá encontrar Natal Iluminado, Instituto Baccarelli (Cantatina de Natal)
O Mielloma Múltiplo é uma doença que consiste em três etapas de tratamento. A saber
remédios novos
Transplante autólogo de medula
Manutenção ( no meu caso sou medicada com Talidomida diariamente, e zometa uma vez por mês).
Essa doença apresenta anemia e alterações ósseas. Em dores lombares muitas vezes pode ser pedido um exame de eletroforese de proteínas seguido por uma biópsia de medula para diagnóstico precoce. É uma doença fácil de ser diagnosticada, mas avança muito porque os médicos não têm idéia de pedir estes exames. Uma em cada cem mil pessoas possue esta doença crônica.
Este câncer é o segundo mais frequente
estando atrás apenas do linfoma.
Um dos medicamentos mais promissores é a Lenalidomida, que a Anvisa brasileira por ser muito burocrática ainda não autorizou o uso no Brasil. Dizem que leva quase quatro anos para liberar um remédio. Desde que reiniciei o meu tratamento em 2011, já existia este remédio nos Estados Unidos, mas não pude fazer uso dele porque não está autorizado no Brasil. Fiquei então com o Bortezomide, apelidado de Val Keid, uma das três opções de tratamento. Cada vez que a doença volta, e sempre volta é preciso tentar um remédio novo. Transplante apesar de ter efeito positivo oferece melhores resultados em pessoas mais jovens.
Estou indo bem graças a Deus depois de alta em julho deste ano.
Um dos nossos três cachorrinhos, o mais velho com dezesseis anos vinha apresentando um cansaço e lentidão nos movimentos. Já tinha perdido a vivacidade, o interesse por caçar e as escapadinhas pelo quintal já não ocorriam mais. As patinhas trazeiras já andavam falhando, e incontinência urinária já ocorria por mais de um ano. Mas na última semana todos os sintomas se intensificaram. Todos os dias levava ao veterinário que medicava com soro e os medicamentos necessários. Perdeu o apetite, não comia mais em casa. Eu não tinha forças para alimentá-lo, abrir sua boca e empurrar o alimento. No último sábado andou um pouco na sala mesmo, e após tentar saltar para dentro de um bercinho baixo que fica na sala desmaiou. Saí correndo para o veterinário que o medicou. Na segunda feira apenas caminhou quatro metros para ficar um pouco mais pertinho de mim e voltou a desfalecer. Meu filho e eu corremos para o veterinário que cuidou dele novamente. Hoje após ser medicado na clínica se preparava para receber uma transfusão mas faleceu antes mesmo de receber o sangue. Hoje estamos todos tristes. Ele era o meu maior amigo, aquele que amava incondicionalmente.
Ele sempre teve uma preferência por mim, desde quando nasceu. Era filho de uma bassezinha que encontramos na rua e ficou em minha casa por nove meses, deu a cria e logo foi para outro lar. Eu sempre fui ocupada com muitas coisas na vida, mas este cachorrinho nunca desistiu de mim. Sempre me procurava com o olhar, ficando como um Lord, com as patinhas arrumadinhas de frente para mim em verdadeira adoração. Minha filha dizia que era meu devoto. Hoje fico pensando que nós somos como deuses para nossa criação. Eles nos veneram, pois nós o aconchegamos no frio, lhe damos água para abastecer da sede, levamos para passear algumas vezes ao dia, deixamos que se deitem ao nosso lado, e em casa ficam ao nosso redor durante a mesa na cozinha pedindo que os alimentem outra vez. Enfim cuidamos deles com muito amor e carinho.
O que aprendemos com eles?
Que amar enriquece a nossa alma, e amar incondicionalmente é verdadeiro quando amamos como os cachorrinhos. Mesmo que variamos no humor eles não mudam o amor que têm por nós. Continuam com a mesma fidelidade amorosa. Gostaria de ser como eles, amar sem rancor aqueles que me desprezam, que me ferem e receber com alegria a qualquer pessoa em minha vida.
As cordas do violão estão dançando na sala ao lado. Tem uma pessoa treinando a sua música, sugeri que tocasse no jantar uma música de abertura, dando espaço em seguida para o saxofone, tocado por um artista da cidade. Gosto da bagunça musical nos finais de semana, da mesa cheia de partituras, de vida.
O Fantástico também está passando no meu quarto mas estou presa com a movimentação da casa, os cachorros ao redor, aqui na salinha íntima e o desejo de escrever.
Agora estou me lembrando da matogrossense Helena Meirelles "A Dama da Viola" naquela música Guaxo que reproduz o som do vôo deste pássaro, muito comum no estado do Mato Grosso do Sul. Segundo o documentarista Mário de Araújo a música de Helena tem uma relação muito íntima com a natureza, é uma música meio cabocla e meio guarani dada sua origem familiar de índia, paraguaia duas vezes por parte de avós, mineira e paulista. Ela nunca foi a uma escola e pediu que lhe ensinassem a fazer a sua assinatura e é só o que escrevia. Ela encantava os boiadeiros do pantanal que choravam de alegria ou tristeza com sua música. Onde quer que tocasse aglomeravam pessoas para ouvi-la, assim aconteceu quando sua irmã a trouxe para São Paulo. Ocasião que seu sobrinho enviou para a Guitar Player (EUA) uma fita cassete com sua música para a revista que a premiou. Parece-me que ela tinha sessenta e cinco anos na ocasião. A revista Guitar Player em 1993 lhe concedeu um prêmio como uma das cem melhores instrumentistas de corda do mundo, por sua atuação nas violas de seis, oito, dez e doze cordas. O diretor Francisco de Paula em 1994 também fez um filme contando a sua extraordinária história de mulher do sertão muito simples, muito pobre que levou pelo menos sessenta e cinco anos para ser conhecida e reconhecida no Brasil e no mundo pelo seu enorme talento musical.
Esta senhora foi casada três vezes, porque sendo artista nata desde criancinha, impedida pelos pais de tocar o instrumento ameaçada de lhe cortarem os dedos se persistisse na idéia, além de apanhar muito do pai pois tocar violão era coisa de homem e corria o risco de homens se aproximarem dela com segundas intenções. Mas ela bravamente construía escondida as suas violas, afinava-as sozinha e sozinha tocava. Até que aos nove anos recebeu a visita de um tio violeiroque tocou para ela que olhava-o deslumbrada. Ele perguntou-lhe se gostaria de aprender, no que respondeu: - Eu sei tocar. Ele pediu-lhe que buscasse outro violão do irmão dela no quarto, dizendo que se não tocasse como dizia levaria uma "surra". Helena o trouxe, então quiz afinar o violão, mas ela agradeceu e sob os olhos estupefatos dele afinou o instrumento. E os dois tocaram juntos pela primeira vez, daí por diante a fama correu o Pantanal Matogrossense. O tiomaravilhado expandia "aos quatro ventos" o talento da sobrinha.
Mas precisou se casar muito novinha para sair de casa em busca de liberdade. Com tanta viola caipira o casamento não deu certo. Fez outra tentativa de casamento, ainda desta vez não foi para frente. Passou por sérias dificuldades, tendo que morar na zona (região onde vive mulheres que vendem o corpo) por uns tempos, mas trabalhava como músicista, sendo sempre muito respeitada, e ai daquele que não a respeitasse. Apanhava dela pois costuma dizer que era uma cobra. Imaginem uma moça criada para casar, com toda a tradição cabocla, passando por tudo isso. Teve muitos filhos, muitas vezes tendo que tirar da boca para alimentá-los. Foi considerada uma mulher muito brava, perigosa e boa de briga, mas cá entre nós, num mundo completamente masculino, tinha que ser assim para ser respeitada pelos próprios homens que eram seus parceiros na rodas de viola próxima ao Porto XV.
Trabalhou fez muitos partos, curando pessoas e animais com um dom divino chamado "benzedeira". Ela sempre estava acima das convenções e iluminava a todos com sua música divinal.
Deixou muitos filhos e desejava que as pessoas aprendessem a sua técnica e brincava porque quando morrese levaria consigo a sua música, mas ninguém aprendia. Admirava o dedilhar dos roqueiros apesar de não gostar de barulho e criticava o gosto musical da "boquinha da garrafa" quando veio para São Paulo. Helena Meirelles nasceu em Bataguassú na fronteira com o Paraguai, no dia treze de agosto de 1924 no Brasil e morreu no dia vinte e oito de novembro de 2005 em Campo Grande aos oitenta e um anos vítima de uma parada cárdio respiratória. O terceiro casamento durou quarenta e sete anos. Quando veio para a televisão, após receber o prêmio da Guitar Player, não tinha um único disco gravado. Seu sucesso e discos vieram depois disso. Esta é uma das heroínas da música de nosso país. Quando terminar e ouvir "Gauxo" poderá ouvi-la contando algumas façanhas vividas como observadora em alguns ambientes de "barra pesada" que trabalhava, segundo suas palavras. Vale a pena conhecer um pouco desta artista sertaneja. Helena foi cantora, compositora, violeira e instrumentista. O som que ela tira reporta à minha infância quando meu pai ligava o rádio de madrugada. Tanto que o meu sonho infantil era aprender a tocar harpa, pois eu confundia o som da viola caipira com harpa. Será que ele conheceu a Helena Meirelles, ele também era boiadeiro e viajava por aquele Mato Grosso todo!
Estas histórias sobre a artista estão em documentários da internet e CDs que ouço em minha casa. Temos muito que agradecer a Mario Araújo, Francisco de Paula e Dainara Toffoli que Também dirigiu um filme chamado "Dona Helena" em 2004.
No site pantanalrocky.com.br também tem uma entrevista muito interessante sobre Helena Meirelles, vale a pena conhecer um pouco mais sobre esta nobre senhora.
Em 2012, foi incluído na lista 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão (Categoria: Raízes Brasileiras) da revista Rolling Stone Brasil
Seu Nelson Fioreze é um senhor muito simpático, encanta pela alegria e atenção que dá a seus visitantes. A sua risada é inesquecível. Brincando disse que sugeriram que vendesse sua risadinha. Olha que eu compraria para ficar ouvindo-a. Os seus olhos tem um brilho e vivacidade impressionante. Naquele museu reencontrei muitos utensílios utilizados nas casas de meus tios e avós que há muito tempo não via.
Parabéns ao Seu Nelsom pelo carinho e dedicação com que cuida do espaço.
No dia dezoito de outubro comemora-se o dia do médico. Da Vinci dá o pontapé inicial a sua campanha para prefeito daqui quatro anos organizando um jantar que deveria ser realizado no dia dezoito de outubro, dia do médico, mas que será adiado para o fim do mês, aproveitando a ocasião para homenagear o Dr Zerelles, médico que veio para Láquilla, quem sabe quase cinquenta anos atrás. Hoje irei até a casa da Dona Safira sua esposa ver as fotografias que ela vai nos preparar para realizar a apresentação.
Ontem fui com uma mulher que está pleiteando a uma vaga na prefeitura, fazer orçamentos para escolhermos o local, o cardápio e preços. Como é difícil chegar a um consenso. Dizem que médicos gostam de pompas e circunstâncias e apoiadas nisso estávamos quase optando por um restaurante, sem dúvida o melhor. Quando ouvi dizer que um jantar poderia ficar em torno de noventa reais, reclamei que estava muito caro para os médicos, mas fui rebatida pelo gerente do restaurante e pela promonter que disse-me:
- mas médico ganha muito bem, eles cobram quinhentos reais uma consulta. Eu disse:
- este médico seu amigo cobra este preço, mas a grande maioria vive de convênios e labutam muito para ganhar o seu salário. Uma consulta do SUS vale dez reais para se receber seis meses depois, e os convênios em geral pagam cinquenta reais. As pessoas têm uma visão equivocada sobre o dinheiro dos médicos. A história registrou um mito sobre o poder aquisitivo dos médicos aqui no Brasil nas décadas anteriores ao anos sessenta, fazer a população entender isto não é fácil. A senhora quer convidar o médico amigo dela que acaba de chegar na cidade para enturmá-lo ao grupo dos profissionais locais, outra situação desnecessária pois é mais um concorrente, é bom para quem ser conhecido no local? Para ele é claro. Ao longo das décadas presenciei a chegada de muitos médicos, cuja presença causava um reboliço entre eles. Atualmente a entrada é livre e cada um ocupa seu espaço, pois a cidade de vinte mil habitantes nos anos setenta passou para oitenta mil atualmente. Gerava muita discussão quando cogitava-se em trazer mais um ginecologista para a cidade, ou pediatra, ou...ou.... Então estas lembranças vinham-me na memória apesar do visível contentamento dela em favorecer um amigo que não tem nada a ver com o grupo que já está aqui a décadas. Ela ficou irritada com a minha opinião sobre preços. No meio da conversa comentei que ligaria para Da Vinci pedindo-lhe sua opinião sobre o preço a ser cobrado pelo "melhor restaurante" que vimos. Falei que ele "tem pés no chão", depois fiquei até sem graça com o meu corte, sou peremptória mas é um fato. Na mesma hora ele deu seu parecer: No "Dom Ruam" com sessenta reais, teríamos comida e bebida à vontade. Assim nos despedimos e decido eu mesma organizar este evento. Hoje ainda irei alugar o espaço que já tem o buffet escolhendo cardápio, contratarei o fotógrafo, e tudo que for de direito. Até mais!
Ontem à noite folheando o livroA Poesia e o Realismo (Jr Smoks) encontrei este pensamento que naquele momento ajudou-me a refletir melhor sobre a postagem do passeio em família. Falei muito, ou melhor escrevi sobre o comportamento de meu cunhado e da família sobre a absolvição da variedade de mulheres apresentadas ao grupo familiar, estando ou não casados ou em união estável. Concluí que os "irmãos" estão sempre procurando nas parceiras a chave para o sucesso de suas vidas. Da Vinci dizia para o meu filho:
- "Com a fulana ganharei muito dinheiro".
Desta vez em uníssono, pai, mãe e filho diziam entre si e para nós:
- "Com Angel conseguirei realizar projetos, faltava-me uma parceira"."-É faltava uma parceira para ele" completava a mãe.
Acho mesmo que com bons parceiros pode-se ir longe. As parceiras anteriores de Da Vinci e Tim Tim souberam tirar proveito dos relacionamentos, conseguiram alguns imóveis, melhorias de alguns bens, mas esqueceram de incluir seus parceiros no crescimento econômico, acabando por desapontar "estas crianças" que queriam mais serem amadas que amar, mais receber que dar, mais serem perdoadas que perdoarem.
Enfim, se nós buscássemos o amor dentro de nós mesmos não nos frustraríamos tanto, não nos arrependeríamos tanto e não teríamos tantas culpas. Quer queira quer não somos todos muito parecidos pois estamos no mesmo nível evolutivo. Uns são um pouco melhores, outros têm mais consciência sobre as expeiências da vida, alguns estudaram mais, mas sentimos o mundo de modo semelhante, afinal somos do planeta azul.
Eu estou aqui falando sobre esta questão, decerto envolvida em culpas e arrependimentos.
Cheguei de viagem para cumprir o dever cívico de votar em minha cidade vinte e três horas dia seis de outubro. A saída de meu vôo estava programada para as 19:40 hs, mas um temporal assim que chegamos ao aeroporto se abateu sobre Porto Alegre impedindo decolagens e atrasando a partida do nosso avião. Percebi a preocupação dos funcionários com a chuva que caía dentro da área dos portões onde os passageiros aguardam a chamada para entrar no avião; ficando um lago no local, cuidando para tirar a água que as mulheres e homens tirando com rodos, panos e baldes. Comentavam que os Jogos Olímpicos vão chegar e nada foi feito para melhoria daquele aeroporto. Imaginou se acontecesse isso quando estivessem recepcionando os turistas? Se perguntavam "porque tendo tantos países mais adequados para tal evento, porque escolherem o Brasil para sediar os jogos?"Assim partimos de lá duas horas após o programado, chegado em casa as onze horas. Quanto ao Aeroporto de Viracopos está muito bom, e um passageiro disse-me que após a privatização dele, mais uma ala enorme está sendo construída, com prazo de entrega para daqui um ano e que vai ficar um espetáculo. Achei muito bom saber disso.
Encontrei minha família toda reunida com excessão de Athena, que está viajando a trabalho em João Pessoa, capital do estado de Alagoas. Estavam juntos o amigo assessor Pero Vaz e seu filho Tiago, trocando idéias sobre o trabalho de campanha política que fizeram ajudando Da Vinci. Brincaram de fazer uma caixinha e cada um dava seu palpite sobre quantos votos ele teria para vereador. Alguns disseram oitocentos, outros mil e duzentos, mas eu disse que seriam por volta de quatro mil. Todos me acharam otimista demais, mas comentei que palpite é palpite, e estava dando o meu, apesar da brincadeira haverá um resultado, quer gostemos ou não. Da Vinci disse que se tivesse setencentos já se dava por feliz. São centenas de candidatos, a distribuição de votos é muito grande, num município e oitenta mil habitantes. Comentei que o meu palpite estava apoiado nos quase quarenta anos de trabalho em consultório atendendo por décadas quase setenta pessoas por dia. Quem o conheceu a pouco tempo não sabe da real história de Da Vinci como médico, lembre-se bem, sempre friso que como médico sou testemunha de sua dedicação. Apesar disso o médico pode não ajudar o político, ou sim ou não, como diz o cantor poeta e filósofo Caetano Veloso.
Hoje pessoas caminhavam com muito medo de escorregar de tanto papel espalhado pelas calçadas das ruas; eu mesma estava receosa de cair. Da Vinci já tinha recebido um telefonema de uma senhora idosa sua cliente que havia surfado na prancha de papel, sentindo muita dor nas pernas e pés.
Estão criando tantas leis, deveriam criar uma para os candidatos irem para as ruas varrerem o chão que sujaram no e segunda feira após as eleições começando aí o exemplo de cidadania, levando inclusive a família junto. Seria um belo exemplo para outras comunidades do Brasil. Porque será que atitudes tão simples não se realizam? Porque achamos que o trabalho pesado tem sempre que ficar para os outros?
Se todos nós arregaçássemos as mangas trabalhando para o bem da nação voluntariamente não iríamos mais longe? Talvez não tivéssemos problemas com os aeroportos e metrôs do Brasil não?
Em Gramado quando se tem uma boa idéia, as pessoas realizam um projeto no papel, colocando custos. Passa pela aprovação da autoridade local que encaminha para algum setor do governo não sei onde é sendo sempre aprovado; o município recebe a verba, e a obra se realiza. Assim aconteceu com o senhor Nelson Fioreze e outros tantos.
Este é um bom exemplo para os outros municípios do país seguirem. Aliás tudo é assim por aqui. Em Gramado o pedestre pode atravessar na faixa de segurança com tranquilidade que não será atropelado. Mesmo os caminhões param para que ele passe. A população está em torno de quarenta e quatro mil habitantes.
Eixo da Flores
Falta mão de obra no local, os funcionários "se viram nos trinta", de dois a acumulando de dois, três
empregos ao dia. Este é um recado para os jovens do Brasil.
A cidade é linda e florida.
A aprovação dos projetos arquitetônicos passam por uma aprovação rigorosa, para nunca fugir do estilo da Bavaria, ou melhor, alemão.
Queria mesmo passar o Natal Luz em Gramado , mas resolvi aproveitar a baixa temporada. Está valendo muito a pena pois a cidade está muito calma, os locais visitados estão tranqüilos, não temos que desviar dos visitantes para tirar fotografias, fato que me ajuda muito, pois estou aqui para fotografar. Mini Mundo é uma cidade construída na proporção de um por quatro numa escala de cem. Um alemão residente em Gramado construía brinquedos para seus netos, e teve a idéia de construir uma casinha, logo passando para o projeto da construção destes mini prédios. Como vêem a idéia deu muito certo, pois uma quantidade enorme de brasileiros, por volta de oitocentos mil vêm a Gramado, entre crianças e adultos para visitarem este local entre outros da cidade. Hoje havia alguns grupos escolares no parque, cuja moeda de entrada era um kilo de alimentos que serão distribuídos nas ONGs da região. Dá para imaginar a quantidade de alimentos que é arrecada durante o ano? Parece-me que em todo o Brasil não tem trabalho social comparado a este, em termos de diversão e doação. Naturalmente crianças das escolas de Canela, Garibalde, Caxias do Sul e outros municípios da região têm esta facilidade, fazer a visita em troca de alimento, acompanhados de seus professores. Era uma alegria só, crianças de cinco a quatorze , incluindo crianças especiais de todas as idades.
Castelo de Lichtenstein
Está sendo surpreendente porque é retomar algumas construçõs da Alemanha no Brasil. A construção de Gramado em tudo lembra a Baviera, segundo o guia turístico Alexandre. Um dos locais visitados foi o Mini Mundo onde encontramos uma construção de 1940, chamada como Castelo de Lichtenstein,localizado no município de Liechtenstein, região de Wurtenbergcuja inspiração nasceu do romance escrito em 1826 por Wihenlm Hauff: "Lichtenstein a Saga romântica".
Prefeitura de Freiburg
A Prefeitura de Freiburg, na construção original de 1901; Romerberg - Ostzeile, construção original de 1025 em Frankfurt, o local de coroação dos reis da Idade Média, destruídas na segunda Grande Guerra, sendo refeitas na década de 1980 conforme os projetos originais;
Igreja de Stuttgart-Berg
A Igreja Stuttgart-Berg, construção original em 1853, localizada em Sttugard, Alemanha; Fischerhaus (casa de Pescadores), construção original em 1658, localizada em Vierwaldastatersee, na Suiça, funcionando atualmente como renomado restaurante;
Castelo de kaub
O Castelo de kaub, construção original de 1325, localizada às margens do Rio Reno. O Castelo de kaub original está localizado em uma ilha no meio do Rio Reno, na Alemanha, e faz parte da romântica Rota dos Castelos. O lugar onde encontra-se o kaub, no vale médio do rio Reno, foi designado pela Unesco como herança de cultura mundial. Pavilhão Schonblick, localizado na Suiça, região dos Alpes Suiços, onde funciona um restaurante típico, com vista para o vale.
Construções situadas no Brasil ficarão para outro dia.
Em mil novecentos e onze tinha uma viagem programada para dezembro em um navio com um grupo de amigos. Acabei transferindo a viagem para meu filho que foi com a namorada. Eu não pude ir por conta da quimioterapia a que fui submetida em função do cancêr da Tireóide que apareceu e já foi devidamente tratado, e o Mielloma que voltou depois de cinco anos, que também está sobre controle.
Acalentei o sonho de viajar para Gramado durante alguns anos, mas não corria atrás do sonho. Este ano subindo de carro a Avenida Brasil em direção a minha casa pensei? "- Porque não ir em uma agência de viagens e comprar uma passagem para Porto Alegre?". Fui lá, comprei e cheguei em Gramado na terça feira de tarde. A região da Serra Gaúcha é linda. O nosso grupo conheceu a cidade de Nova Petrópolis, Bento Gonçalves, Garibalde e Caxias do Sul e Carlos Barbosa. Tirei lindas, em casa postarei algumas com mais calma. Agora estou saindo para conhecer Gramado e Canela.
Bom dia para você porque eu com certeza terei um lino dia!
Quando Deus criou o mundo deixou a tarefa de aperfeiçoar os Rios para os felizes. Ele não havia feito as cachoeiras e cascatas. Pensou: "Como meus filhos são criados "à minha imagem e semelhança", deixarei para eles criarem a Música do Rios. As cascatas são as vozes da alegria, assim serei reconhecido através da música da natureza.
Hebe Camargo compreendeu o recado divino trabalhando sempre na alegria.
Os idosos lá no céu fizeram uma linda festa para recebê-la.
Os jovens especiais, assim chamados por nós, estão cantando hinos de amor em sua homenagem.
Os artistas que já partiram, como a Nair Bello, Tim Maia e outros tantos, disseram "Seja Bem Vinda Hebe ao mundo dos felizes".
O que Deus quer de nós é Alegria. Só assim podemos mostrar nossa gratidão a Ele pelo dom da Vida.
Além de feliz ainda era linda.
Salve Hebe o Brasil agradece!
Observação: Preciso cumprir melhor com minha alegria.
Ela chega sempre aos finais de semana, dizendo que veio para dormir, pois ao lado da Avenida Paulista é impossível ter um sono reparador. Antes tinha uma cama só para ela, no seu quarto em casa, mas uma vez que foi a dinâmica da casa mudou. Ãnima pegou o quarto para si. Comprou uma cama de casal como é costume hoje em dia, tanto as crianças quanto as moças estão fazendo isso, não tendo mais espaço para duas camas. Talvez o quarto fique mais bonito, ou porque é moda, ou porque cabe o cachorro junto, não sei porque fez isso. Falo dos cachorrinhos, não do homem que pode ser algumas vezes um cachorrão. Na minha família não é hábito trazer seus pares para dentro de casa, a não ser quem namora a sete anos, como é o caso de Olivier, que já considero casado. Outros já namoraram, já trouxeram suas namoradas e namorados, mas "ficantes" não têm espaço por aqui.
O fato é que Athena trabalha muito, e aos finais de semna gosta de refazer as energias conosco. O ambiente familiar é acolhedor, lava-se as roupas sujas que foram usadas durante a semana, prepara-se uma canja de galinha ou com caldo de carne, sempre algo carinhoso para torná-la mais feliz.
Hoje já viajou para uma cidade do sul de Minas para assistir um casamento que acontecerá dentro do ritual do Santo Daime. As cerimônias pelo que vejo das fotografias são acompanhadas de muitos hinos e flores. Os participantes estão sempre vestidos de branco. No início ela lutou muito para que eu participasse deste grupo, mas percebeu que já tenho a minha fé, assim como os irmãos. Com a experiência da própria congregação entendeu que sua religião é para pessoas equilibradas, e está lá porque assim deve ser. Gosto da escolha dela pois é feliz neste grupo, para mim isso é tudo. Hoje levantou cedinho e saiu feliz com o compromisso, regressará bem tarde da noite. Ela sempre foi assim, livre, independente e decidida na vida.
Precisei ir centro pagar o ITR, o imposto sobre a terra e fazer o depósito para a contadora. Estava sem carro, indo para o ponto de ônibus. A temperatura hoje acusava onze graus, ficando agradável andar pelas ruas. Quando caminho fico saudosa dos tempos de quando cheguei por aqui. Esta região era tão diferente do Triângulo Mineiro em termos de pessoas, o fenótipo europeu que predomina por aqui, a tez clara , cabelos louros e olhos verdes e azuis, a paisagem e clima, tudo me encantou quando vim para uma região tão especial. Não diria da arquitetura ser diferente do resto do país, que está espalhada pelo Brasil todo, com excessão do sul, onde predomina o estili alemão. Os casarões portugueses se erguem de norte a sul do país. Nós brasileiros não cultivamos a história, deixamos tudo morrer. Por aqui não é diferente.
Tudo está muito colorido, parecendo circo. Antes um ar bucólico, predominava o espaço,lembrava-me de regiões que conhecia em livros, como Sulfok na Inglaterra. Assim eu imagina, que havia encontrado Sufok de Sumerhill em Láquilla. Consegui aproximar um pouco dos tempos passados, falo de trinta e seis anos atrás, quando as charretes disputavam espaço com os carros. O galo cantava nos quintais, e a vaca mugia de madrugada, antes de se tirar o leite. De onde estive era possível ouvi-los.
Continuei a caminhada Descendo um pouco mais, chegando ao ponto de ônibus. Fazia um bom tempo desejava fotografar a estação e casinhas, mas ou estava doente, ou o sol era muito forte, ou não tinha máquina. Hoje tudo colaborou, e podendo me aproximar até a estação, que quase não tem mais trem. Não há mais passageiros, ninguém precisa dos trens, pois todas as famílias, fazem o possível e o impossível para ter seu carro. Eu tive a felicidade de pegar a Litorina em 1976, quando ainda fazia no mínimo três paradas ao dia. Eu fazia faculdade na cidade do Barão do Café.
Antigamente os trens de carga nem imaginavam que um dia ficariam encostados sem utilidade nas estações do Brasil. Pois se até as Marias Fumaças que trabalhavam nas Floresta Amazônica estão sendo restauradas, porque nós que temos todas as condições para fazê-lo, não fazemos comcuidamos destes vagões que estão esperando por reparos podendo ser reutilizados para eventos culturais para crianças e adolescentes? A Escola Integração fica ao lado da estação. A própria escola foi construída usurpando um espaço antes dos ferroviários, das casas destinadas aos funcionários da FEPASA.
Passei pelas casas da FEPASA , algumas já reformadas embora carinhosamente cuidadas pelos moradores, não estão sendo preservadas como patrimônio histórico da cidade. Um dia nós teremos apagado nosso passado da memória, e as gerações futuras nem saberão das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes que aqui chegaram fundando uma cultura diferente, trazendo a uva para nosso cenário econômico, porque não sobrará nem mesmo uma parreira nos quintais.
Espero que algum dia antes que tudo isso se desfaça, um jovem político se interesse por esta paisagem linda! Porque os velhos, ah! Estes não tem mais jeito. Nem os velhos que estão chegando no cenário da política. Manutenção não é a praia deles!
Assistindo o Globo Reporter da última sexta feira vi no Parque Nacional da Serra da Bodoquena em Mato Grosso do Sul, onde fica a cidade de Bonito belas cachoeiras, corredeiras e o Rio Formoso preservado com muito carinho pelos habitantes locais. Lembro-me das Piraputangas que nadavam em meio à gente, os dourados e cascudos, quando estive em Bonito. Na mesma hora me veio uma bonita frase em mente: "Terra, um lugar não só da gente", pensei e lembrei-me de José Loureiro que dizia neste poema que se o peixe, o lobo, as aves pudessem falar diriam que estamos contaminando o seu lar, matando-os lentamente. Percebi o Jornalista e o Poeta, fazendo uma releitura do mundo de modo diferente. O reporter traz a concretude das imagens denunciando o problema, mas o poeta representa com palavras refletindo a mesma realidade captando o "sentimento do mundo" em forma de poesia. Assim "os poetas lêem a natureza, a cidade, os homens,
os objetos e as coisas que ocupam os espaços, a história e a memória
social", como disse certa vez em sala de aula a Doutora em Literatura Portuguesa e professora na Universidade de São Paulo, Marlise Vaz Bride. Ainda faz mais, ele preconiza uma futura realidade quando diz que "as plantas irão morrer". Se as plantas irão morrer é o mesmo que dizer "Adeus Vida" na terra, reino de onde sai nosso alimento, incluindo a carne, pois a principal fonte de alimento do gado é o capim.
Hoje é o último dia da Expoflora na Cidade das Flores, como é conhecida Holambra. Também lá percebi o entrecruzamento entre as diversas formas de arte, pois considero o Globo Reporter um programa de Jornalismo Artístico, assim como a poesia e a e Exposição que visitei no último sábado. Em todas as expressões artísticas a preocupação com o meio ambiente é vigente, mas o poeta capta o "sentimento do mundo", e nos provoca porque até mesmo o pássaro diz lá do alto "Receio em terra descer". Como pode um pássaro olhando para a terra perceber que o nosso chão significa perigo para ele?
Guadalupe Vivekananda uma bióloga pesquisadora chefe substituta do Parque, mostrou-nos no programa da Globo uma plantinha nascendo em meio aos likens, entre a praia e o mar, no Parque Nacional do Superagui. Antes era um habitat comprometido, agora em recuperação precisa de três formas de vida em simbiose. Se alguma destas biovidas morrer, comprometerá as outras duas. Se as três não puderem viver, tão pouco os peixes continuarão naquele habitat. A plantinha que nasce em meio as três formas de vida, representa um termômetro da vida, no micro ecossistema o que significa a reconstrução da vida na água e continente.
Como na mitologia, a Arca de Noé tinha dois representantes de cada espécie (lembrando que a Arca de Noé hoje está nos laboratórios onde se guardam os genes de cada espécimen animal); como somos o resultado desta viagem anacrônica do tempo, temos por estímulo continuarmos o trabalho de restauração deste mundo paradisíaco como já o tivemos um dia, como o é em algumas regiões deste país ainda. Cada um contribuindo com o que pode fazer de melhor. Fui costurando o comentário da semana sobre a visita à exposição e a reportagem da globo, com o poema que me serviu de linha, deixando com muito carinho o inspirado habitat de José Loureiro que taduz tão bem o ritmo da sua poesia, ou melhor de seus poemas; se desejarem visitá-lo poderão lê-lo na íntegra.
"Prouvera ao homem repor, à terra a sua harmonia, lhe volvendo a verde cor, para cessar-lhe a agonia"
Estou muito aflita com o pedido de Clemilde. São treze anos trabalhando pra nós. Tenho que ligar para o contador pedindo para fazer a conta do que eles têm para receber, mas antes preciso entrar em contato com o advogado trabalhista que nos acessora nas questões empregatícias para não fazer nada errado. Não consegui ainda. Não tive energia para ligar para ele. Ainda não participei minha irmã. Com ela falaremos apenas quando estiver tudo resolvido, para evitar conturbação. Ela é muito amiga da funcionária, dá-lhe muitos presentes, mas quando fala em dinheiro muda um pouco a conversa, tem o agravante de ser explosiva mas costuma ser justa e é boa gente. Tanto que temos sido sócias por tanto tempo. Ela estraga um pouco o relacionamento quando explode junto de nós e meus filhos presenciam algumas cenas que não têm ocorrido devido a distância da minha casa criada até mesmo para protegê-la da minha turma (alguns filhos) que é muito brava. Se Deus quiser tudo se resolverá com tranqüilidade. Sofro um pouco pela pouca experiência, pois do ano passado para cá tomei a frente de parte dos negócios. Começar com quase sessenta anos, requer coragem e atitude. Ém um aprendizado, como costuma dizer um amigo além mar "aprender até morrer". Isto é viver, e posso dizer que está sendo uma conquista pessoal importante. Sempre deixei tudo nas costas de meu marido. Achava que não tinha tempo, dava preferência para estudar a alma humana, fazer cursos, que podiam ser de graduação até de auto conhecimento. Mas cuidando dos negócios estou vendo que não é um bicho de sete cabeças. Vamos em frente com a vida!
Nós pais que começamos tendo filhos na década de mil novecentos e setenta sofremos muito com a educação dos filhos. Eu tinha um modelo de avós autoritário, reforçado pela educação do colégio de freiras franciscanas no primário, Dominicanas no ginásio e do Sagrado Coração de Jesus, no colegial. É certo que as freiras como os pais também sofreram influências dos tempos novos que chegavam. Chegou o cinema para elas, e para os alunos. As competições esportivas entre colégios e cidades das quais fiz parte, propiciavam um contato maior com o mundo, tanto para nós como para elas. Outro fato importante, foi a aceitação de namoricos entre meninos da cidade com as internas, encontros que aconteciam pelos grupos esportivos. Já era possível amizades entre alunas e freiras, troca de confidências, e às vezes envolvimentos afetivos em sentido horizontal e vertical. Eu sempre tive muito medo delas e não conseguia ser amiga. Já muito mais tarde quando fazia vestibular, um caso amoroso entre uma estudante de odontologia e uma freira que moravam no pensionato conosco acirrou o clima na Rua Paraná na Cidade do Barão. A filha de um coronel discutiu muito com a Irmã envolvida, sentindo-se aviltada com o comportamento de ambas que dormiam na sala, no sofá de porta feichada. Soube depois que a estadia era provisória e que estavam apenas esperando encontrarem um apartamento para se mudarem. Assim que alugaram sairam da casa sem deixar rastro. Lógico, depois de tantos debates!
Todos estes acontecimentos se deveu às mudanças de comportamentos e valores que se refletiam em todos os contextos familiares e sociais que se expandiam pela mídia televisa e cinematográfica. O mundo musical inovava comportamentos, principalmente o movimento sexo, drogas, e rock'n'roll. Ouvia e via imagens sobre os hippies divulgando exemplos de comportamentos libertários, uso de entorpecentes, nudismo e o Rocky. Eu estava muito longe dos entorpecentes e da música deles, mas não da sexualidade. Senti-me encorajada a entregar-me a meu namorado sem constrangimento, ao dezoito anos. Eu morava longe de casa em pensionato, não havendo nenhum fiscal me impedindo, a não ser minha consciência e o meu ego.
Como era orfã de mãe, minha avó tinha uma grande preocupação conosco; a possibilidade de nós quatro engravidarmos, eu e minhas irmãs. Mas os conselhos não eram ditos de modo muito carinhoso, vinham como um anátema: - Vocês vão arrumar barriga! Veja bem, eu tinha onze anos nesta época, e não havia recebido nenhuma orientação sobre o modo de engravidar. Nesta época morria de medo de engravidar-me sentada no vaso sanitário, a ponto de ter pesadelos enquanto dormia. Meu coração ficava oprimido, eu sentia-me triste, não tendo com quem conversar. Sobre o aparecimento do seio, comentei com a vovó que tinha dois carocinhos no peito e desconfiava que fosse câncer. Fui levada a um médico da cidade, pai de minha melhor amiga das férias. O Dr Garibalde com muito amor e carinho sentou-se a meu lado, segurando-me as mãos dizendo que eu estava bem, que era natural o crescimento dos seios nas mocinhas. Senti a amizade deste homem que naquele momento agiu como uma mãe amorosa.
Saí do consultório tranqüilizada, acompanhada de minha avó.
Sobre o primeiro sutiã, escrevi uma carta quando estudava no Arraial da Farinha Podre interna, no colégio das irmãs Dominicanas. A carta era assim:
"Querida vovó, já estou bem desenvolvida. Meus seios desenvolveram muito rápido depois daquela consulta. Acho que não cresciam de medo, mas depois que o Dr Garibalde autorizou, não param mais de crescer. A senhora pede a meu pai que envie, duzentos e cinquenta cruzeiros por carta, para que possa ir à Rua do Comércio com a Irmã Floripes comprar dois suatiãs para mim. Eles são cor de rosa e floridos. Lindos! um pouco mais caro que os brancos. Já estou ficando com vergonha de minhas amigas. Todas já usam sutiã. Muito Obrigada, um abraço da neta que lhe ama".
Foram muitas torturas por conta da minha ignorância juvenil, falta de pai e mãe ou um adulto que cumprisse a função de conselheiro suprindo as minhas inseguranças. Criei o hábito de tirar dúvidas em livros de orientação educacional e sexual encontrados nas estantes da biblioteca do colégio. Descobri os livros de literatura que apreciava muito dando preferência a José de Alencar cujos textos faziam aflorar os meus secretos desejos juvenis. Desse modo a minha educação se fez de modo silencioso e solitária.
Hoje tomei até um anti inflamatório para não ter dores na coluna, especificamente na T6, a vértebra achatada que tenho, devido ao Mielloma. Fiquei empolgada com a minha experiência de ontem em fotografar a novela Gabriela, com o meu celular. Fiz imagens lindíssimas, para sempre serão guardadas. Pensando no sucesso, comecei fotografando nossas lembranças, guardadas em álbuns que quase nunca são mexidos. Vou organizar as fotos e distribuir para meus filhos. Algumas enviar para meus parentes. As minhas sobrinhas estão lindas, quando nos encontrávamos em Bela Floresta, a cidade da minha infância, que meu pai River manteve morada. Lá nos encontrávamos, em alguns natais que Maria Bonita, minha irmã caçula por parte de pai e mãe, organizava. Ela sempre foi a festeira das irmãs. Nessa fase as crianças não passavam dos dez anos. Ficar debruçada sobre o passado virando e revirando caixas e álbuns forçou um pouco minhas costas, que agora à noite já está melhor.
Quando Ânima voltou da faculdade, lá pelas dezesseis horas, chamou-me para para irmos até uma agência de viagem programar o seu passeio no Natal junto de uma amiga. Vão viajar de navio. E eu que desejava ir para Gramado no final do ano, quem sabe antecipe para este mês, pois sairia bem mais barato. Assim conheço aquele mundo encantado logo.
Hoje vou parando por aqui. Concertaram a energiaelétrica que alguns galhos de árvore, interromperam com um curto circuito. Hoje a mão de obra técnica está escassa, levou três dia para o eletricista comparecer em casa. Felizmente, os aparelhos eletrônicos não estragaram. Vou então para o Jornal Nacional, e assistir Avenida Brasil.